quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pavlov e a teoria do condicionamento clássico

Ivan Petrovich Pavlov foi um filósofo russo que nasceu em 14 de Setembro de 1849 e faleceu em 27 de Fevereiro de 1936.
Foi premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. No entanto, veio a entrar para a história por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o papel do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo condicionado).

Na década de 1920, ao estudar a produção de saliva em cães expostos a diversos tipos de estímulos palatares, Pavlov percebeu que com o tempo a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente não causavam tal comportamento (como por exemplo, o som dos passos de seu assistente ou a apresentação da tigela de alimento).

Curioso, realizou experimentos em situações controladas de laboratório e, com base nessas observações, teorizou e enunciou o mecanismo do condicionamento clássico.

Pavlov observou que os cães salivavam quando as glândulas salivares se punham em contacto com a carne, o que classificou de reação incondicionada. Posteriormente os cães passaram também a salivar apenas por verem a carne. Esta reação foi classificada de resposta condicionada, que teria sido aprendida.

Pavlov pensou que tal aprendizagem era devida a uma associação de estímulos. Comprovou esta hipótese com uma série de experiências em que tentou associar um Estímulo Neutro (ou seja, que não provocava qualquer resposta), o som duma campainha, com um estímulo incondicionado (carne, que provocava a resposta incondicionada da salivação). Após algumas associações, o som da campainha tornou - se num estímulo condicionado, pois à sua presença, os cães reagiam com a salivação, agora resposta condicionada.

Assim, o condicionamento clássico (CC) é um tipo de aprendizagem em que um organismo aprende a transferir uma resposta natural perante um estímulo, para outro estímulo inicialmente neutro, que depois se converte em condicionado. Este processo dá-se através da associação entre os dois estímulos (incondicionado e neutro).

Para que o CC se produza deve-se sempre apresentar primeiro o estímulo Neutro e alguns segundos depois o Estímulo Incondicionado (o processo deve repetir-se várias vezes), para que possa haver associação.

Outro conceito do CC é o reforço, que significa o emparceiramento contínuo dos estímulos condicionados e incondicionados, que ao não ser feito tende a fazer decrescer as respostas condicionadas, podendo levá-las até à extinção, ou seja até desaparecerem.

A generalização consiste no aparecimento de respostas condicionadas perante estímulos semelhantes, mas não iguais.

A discriminação consiste na capacidade de discernir estímulos semelhantes, produzindo a resposta apenas no estímulo correto. Por exemplo, se o cão saliva ao ouvir um som parecido ao da campainha original dizemos que generalizou a resposta. Se não saliva na mesma situação é porque discrimina os sons.

Então, a generalização é uma resposta à similaridade dos estímulos e a discriminação é uma resposta às diferenças entre eles.

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